13 de agosto de 2012

Nowhere man please listen...


Ultimamente minha vida anda um verdadeiro nada. Alem dos dois dias em que comemorei meu aniversário. Nada me acontece. Quase nada me interessa. Limito-me a ficar na internet sem nem poder fazer isso de forma digna, já que estou a duas semanas sem internet no quarto e tenho de ficar acessando-a através de um laboratório onde não tenho um pingo de privacidade. Mas sendo o nada o que há, façamos do nada que me toma o ponto de partida deste post, afinal de contas, mesmo o nada ainda é algo a se falar sobre.

Que dizer então desse nada, esse vazio que tanto insiste em se fazer presente hoje dia? De um lado, há momentos que o nada parece bastar, em que daríamos tudo pra nos entregarmos à essa ociosidade por um momento que fosse. De outro lado, há momentos em que nada é bastante, nada parece bom o suficiente, nada parece servir. Há três meses eu daria tudo por uma semana de descanso, hoje em dia só me preocupo com encontrar algo pra fazer. Desejos tão simples, tão contraditórios... No fim, nunca conseguimos ficar satisfeitos com o que temos e a grama do vizinho sempre parecerá mais verde. Não se pode ter tudo nessa vida, né?

Cada um de nós possui um grande vazio no peito. Tentamos preenchê-lo das mais variadas maneiras possíveis. Pessoas, tarefas, estudos, trabalho, metas, religiões, etc..., não importa o que joguemos nesse buraco negro, ele segue sempre em expansão. Como uma pessoa que acorda e pede pra si “só mais cinco minutinhos” ou um amante que promete que aquela será a última vez que aquilo acontece, seguimos dia após dia procurando sempre um pouquinho a mais para nos preencher, mas a verdade é que ainda não inventaram nada capaz de fazê-lo por completo.

Já aprendi a viver com esse nada que me cerca. Vivemos hoje tão imersos em nossos próprios mundinhos particulares e isolados do mundo exterior que nos acostumamos a não nos importar. Anestesiamos-nos com pequenas doses de felicidade artificial criada por pequenas conquistas pessoais que nos esquecemos de nos questionar o que fica disso. E realmente, pensar nisso me assusta.

Se não bastasse a crise existencial que me causa pensar o que virá quando eu não mais estiver aqui, mais ainda me atormento ao pensar o que estou construindo aqui, qual o legado que poderei deixar para trás? Eu sonho constituir família sabe? Juntar-me a uma pessoa, casar, ter filhos... coisa bem piegas pra qual muitos já nem dão importância, sabe?  Mesmo que eu consiga, será isso o bastante pra mim? Passar pra frente a responsabilidade de fazer a diferença? Entregar-me ao registro histórico de minha existência? Minha experiência comigo mesmo e com a humanidade me diz que não. Mas prefiro acreditar que sim, pelo menos por enquanto, a final, esse dia ainda está muito distante, e nem sei por que ainda paro pra pensar essas coisas. Acho que esse é meu maior defeito, pensar demais.

Esse deveria ser um texto sobre o nada, e olhe onde acabou... Acho que pela maneira como me dou valor, não poderia ter escolhido apelido melhor para utilizar na internet do que Johnny Doe. Não sei o que me aguarda no futuro. Pra ser sincero, não sei nem o que fazer no presente. Se eu fosse um cachorro ou passarinho a vida seria tão mais simples de se viver... Fazer o que né? Acho que a resposta é tentar viver o dia-a-dia, ver o que há de vir e tentar encontrar alegria em meio a toda essa confusão. Pelo menos é tudo que posso pensar em fazer... ¯\
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